Do brilho das quadras
à dureza do concreto

Como as drogas interromperam o jogo de
Marcelo Torres e o levaram a morar nas ruas

Um jogador de basquete com uma carreira promissora, assim era Marcelo Torres da Mota Moreira, hoje com 52 anos. No entanto, o envolvimento com drogas impediu que o jogo continuasse. Começou com uma escolha errada e acabou por perder o brilho das quadras, afastando-se do esporte que amava. A história de Marcelo revela como as drogas podem arruinar sonhos, servindo como um alerta contundente sobre os perigos desse caminho difícil.

Segundo levantamento realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e divulgado em 14 de setembro de 2023, aproximadamente 221 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil. Cerca de 87% desse número corresponde a pessoas do sexo masculino, com idades entre 30 e 59 anos. A pesquisa também aponta que os três principais motivos para que essas pessoas vivam em situação de rua são problemas familiares, desemprego, alcoolismo e drogas. Com Marcelo Torres não foi diferente: "Antes de chegar aqui, fui um jogador de basquete, mas tive alguns problemas com a minha família e acabei me envolvendo com drogas. Hoje me encontro nessa situação, mas quero voltar a jogar um dia”, contou Marcelo.

Nos últimos 10 anos, a população de rua no Brasil chegou a 227 mil pessoas até agosto de 2023 Foto: Reprodução/Internet

Nos últimos 10 anos, a população de rua no Brasil chegou a 227 mil pessoas até agosto de 2023 Foto: Reprodução/Internet

O basquete de rua surgiu como forma de protesto contra as enormes injustiças sociais em território americano Foto: Reprodução/Internet

O basquete de rua surgiu como forma de protesto contra as enormes injustiças sociais em território americano Foto: Reprodução/Internet

Famoso que se
envolveu com drogas

Rafael Ilha chegou a engolir pilhas, isqueiros e canetas Reprodução: Internet

Rafael Ilha chegou a engolir pilhas, isqueiros e canetas. Reprodução: Internet

Rafael Ilha, 51

"Para esses jovens que estão conhecendo as drogas, a coisa que eu mais me arrependo na vida foi o tempo que perdi. Graças a Deus consegui ter a restauração da minha família”, disse. “O tempo não conseguimos recuperar”, completou Rafael.

Assim como Marcelo, Rafael Ilha, ex-integrante da boyband Polegar, também interrompeu a carreira devido ao envolvimento com substâncias ilícitas. Ele foi preso duas vezes por porte de drogas e posse ilegal de armas. Essa dependência química fez com que Rafael passasse seis meses morando nas ruas de São Paulo. Em entrevista concedida ao Portal R7, em setembro de 2015, ele compartilhou sobre o tempo que esteve envolvido com drogas.

A coisa que eu mais me arrependo na vida foi o tempo que perdi”
Rafael Ilha

A experiência de Rafael e Marcelo não é única, ela destaca um problema maior. Mostra que as razões para as pessoas viverem em situação de rua são complicadas, pois deixam marcas profundas que são causadas pelo rompimento familiar, pela exclusão social e falta de assistência governamental. O cenário se agrava quando consideramos a ausência de cuidados médicos adequados. A saúde desses moradores de rua é frequentemente negligenciada, deixando as condições médicas a essas pessoas precária.

“Ninguém da saúde vem aqui.
Estou largado”

Marcelo Torres

A sociedade, em sua urgência de resolver o problema dos sem-teto, muitas vezes esquece que cada pessoa nessas condições é uma história complexa, marcada por desafios que vão além da falta de moradia. A falta de assistência médica adequada é apenas um dos muitos aspectos que exigem atenção urgente e ação solidária para abordar de maneira eficaz a crise dos moradores de rua. Marcelo fala sobre essa falta de ajuda: “Não somos atendidos por ninguém, não existe assistência médica. Ao contrário, as pessoas fazem maldades, covardia. Sou maltratado”.

“Hoje me encontro nessa situação, mas
quero voltar a jogar basquete um dia”

Marcelo Torres